Gilberto Conceição de Assis, de 33 anos, foi capturado na cidade de Senhor do Bonfim, na Bahia, após passar quase oito anos foragido por feminicídio cometido no Distrito Federal. A prisão é resultado de uma ação coordenada entre a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), a Polícia Civil do DF (PCDF) e a Polícia Civil da Bahia (PCBA). O acusado vivia no interior baiano desde 2016, ano em que assassinou a então companheira na região da Estrutural.
A operação que levou à prisão do suspeito foi articulada pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF), da SSP-DF. A equipe realiza o rastreamento sistemático de autores de crimes graves ainda não localizados. Gilberto estava prestes a ser incluído no Sistema de Recompensas do DF quando foi localizado. A inclusão no sistema prevê o pagamento de valores a quem fornecer informações úteis sobre foragidos acusados de crimes hediondos.
Segundo o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, o êxito da prisão é fruto da integração entre os órgãos envolvidos. “Essa captura mostra o impacto direto da colaboração entre estados e o papel essencial da troca de informações entre as polícias. É assim que garantimos justiça às vítimas e suas famílias”, afirmou.
Sobre o caso
O feminicídio ocorreu em novembro de 2016, quando a vítima, F.F.S., de 48 anos, foi morta dentro de casa. O suspeito fugiu logo após o crime. O caso foi investigado pela 8ª Delegacia de Polícia, que conseguiu identificar o autor e seus vínculos com a Bahia. A prisão preventiva foi decretada em 2018, mas Gilberto seguiu foragido até este mês.
Em maio deste ano, após alerta da SSP-DF de que o caso poderia entrar no Sistema de Recompensas, a delegada-chefe da 8ª DP, Bruna Eiras, retomou as diligências. Novas apurações identificaram um endereço ligado à família do foragido em Senhor do Bonfim. A partir disso, o delegado Jailson Teixeira, da PCBA, foi acionado e liderou a operação que terminou com a prisão. No momento da abordagem, Gilberto confessou informalmente o crime.
A delegada Bruna Eiras destacou a importância do monitoramento contínuo e da atuação articulada entre os estados. “Quando conseguimos atualizar dados e retomar investigações com base em novas informações, aumentamos significativamente as chances de localizar criminosos. Essa cooperação é fundamental, inclusive, para outros casos interestaduais, como identificação de cadáveres e desaparecidos”, afirmou.
O coordenador da CTMHF, Marcelo Zago, reforçou que o objetivo do sistema é não deixar crimes impunes. “A prisão mostra o poder da integração entre os órgãos e o quanto é necessário manter o esforço constante para tirar criminosos de circulação.”
Atualmente, o Sistema de Recompensas do DF oferece R$ 5 mil por informações que levem à prisão de outros dois autores de feminicídios cometidos em 2016 e 2017. A validade da recompensa é de cinco anos, a partir da publicação no Diário Oficial do DF, em janeiro.
Informações sobre foragidos podem ser repassadas de forma sigilosa e segura pelos seguintes canais:
Disque-denúncia 197 (opção 0)
WhatsApp: (61) 98626-1197
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
Presencialmente: em qualquer delegacia da PCDF.