O Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), contabilizou bloqueios de mais de R$ 410 milhões em bens de grupos criminosos até outubro de 2025. O total envolve imóveis, veículos, dinheiro em espécie e ativos financeiros congelados em contas bancárias.
O valor é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando o bloqueio atingiu cerca de R$ 183,6 milhões. Segundo a PCDF, os números refletem o resultado de ações coordenadas de inteligência financeira e cooperação entre diversos órgãos de fiscalização e segurança.
“O combate ao crime organizado exige estratégia, articulação e persistência. A atuação da PCDF, aliada ao esforço de outras instituições, mostra que estamos avançando na proteção da sociedade e na eficiência da segurança pública”, afirma o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar.
De acordo com o diretor do Decor, Leonardo Cardoso, a prioridade das operações é atingir a estrutura econômica das facções. “Cada bloqueio representa menos recursos para o crime e mais proteção para a população. É uma forma concreta de desmantelar organizações e recuperar bens que pertencem à sociedade”, explica.
Durante o ano, 16 operações foram deflagradas, resultando no sequestro de 101 imóveis, 317 veículos e R$ 31,4 milhões em dinheiro bloqueados. Parte desses recursos poderá ser revertida para políticas públicas, mediante decisão judicial definitiva.
As ações são conduzidas com autorização da Justiça e baseadas em investigações detalhadas sobre movimentações patrimoniais incompatíveis com a renda dos investigados. A integração entre PCDF, Ministério Público, Receita Federal, Judiciário e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) tem acelerado a análise de dados e a aplicação de medidas cautelares.
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, José Werick, a colaboração entre os órgãos de segurança é decisiva. “A atuação conjunta amplia o alcance das investigações e reduz a impunidade de crimes de grande impacto econômico”, afirma.
O resultado evidencia que o combate ao crime organizado não se limita a prisões. Cortar o acesso de facções a recursos financeiros se tornou uma das estratégias mais eficazes para enfraquecer estruturas criminosas e recuperar bens para a sociedade.