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    Campanha em Goiás propõe freio à adultização e resgata o valor da infância

    Com o lema “Criança só precisa ser adulto quando crescer”, governo estadual lança ação que alerta para os riscos emocionais e sociais de antecipar fases da vida

    Em tempos de redes sociais e pressões cada vez mais precoces, o Governo de Goiás decidiu lançar um alerta: a infância não pode ser atropelada. No último sábado (11), a Secretaria de Comunicação (Secom) apresentou uma nova campanha de conscientização que convida famílias e educadores a refletirem sobre a adultização infantil — comportamento que tem transformado meninos e meninas em pequenos adultos antes da hora.

    Sob o slogan “Criança só precisa ser adulto quando crescer”, a iniciativa pretende provocar debate e orientar sobre os impactos de sobrecarregar emocionalmente crianças e adolescentes com cobranças, responsabilidades e conteúdos que não condizem com a idade.

    O tema voltou ao centro das discussões depois de um vídeo do influenciador Felipe Brassanim Pereira, o Felca, viralizar nas redes sociais, expondo como a sociedade tem normalizado atitudes e aparências adultas entre o público infantil.

    A campanha inclui filmes para TV, internet e mídias digitais, além de uma página especial no site do governo (www.goias.gov.br/infancia-sem-adultizacao). No portal, pais e responsáveis encontram dicas para proteger crianças no ambiente digital, com ênfase na supervisão e na escolha de conteúdos adequados.

    O perigo da pressa em crescer

    Psicólogos e neurocientistas alertam que a tentativa de acelerar o amadurecimento pode causar desequilíbrio no desenvolvimento emocional e cognitivo. Entre os efeitos mais comuns estão ansiedade, depressão, déficit de atenção e dificuldades de socialização.

    Embora o termo “adultização” não apareça na legislação, especialistas lembram que essa prática pode ferir direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura proteção integral e respeito às fases da infância.

    Ao lançar a campanha, o governo goiano busca mais do que informar: quer inspirar uma mudança de postura coletiva, em casa, na escola e nas redes. O recado é simples, mas poderoso — criança tem direito de ser apenas criança.

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