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    Rejeição histórica complica retorno de Marconi Perillo em Goiás

    Pesquisa Real Time Big Data mostra que 51% dos eleitores não votariam no tucano, enquanto Daniel Vilela se destaca com baixo índice de rejeição e maior potencial de crescimento

    A menos de quinze meses das eleições de 2026, Marconi Perillo (PSDB) enfrenta um obstáculo que, segundo especialistas, pode ser histórico em sua trajetória política. Uma nova pesquisa da Real Time Big Data, encomendada pela Record TV Goiás, revela que 51% dos eleitores declararam que não votariam nele “em nenhuma hipótese”, tornando-o o pré-candidato com maior rejeição no Estado.

    O dado acende um alerta: mesmo com experiência política e um histórico de quatro mandatos no Palácio das Esmeraldas, Marconi precisará superar barreiras psicológicas e históricas junto a um eleitorado que o conhece há décadas. Especialistas afirmam que, para ter chance real em 2026, não basta campanha ou discurso: será necessária uma reconstrução profunda da imagem política.

    Enquanto isso, o atual vice-governador Daniel Vilela (MDB) desponta em vantagem. Com 26% das intenções de voto, ele registra rejeição de apenas 18%, um indicador de que tem mais espaço para crescimento ao longo da corrida eleitoral. Comparativamente, Marconi aparece com 23% de intenção de voto, mas enfrenta resistência que dificilmente se dissolve em poucos meses.

    “O cenário eleitoral mostra que Marconi parte de uma base de eleitores desgastada. Daniel, ao contrário, começa a disputa com baixo índice de rejeição e espaço claro para avançar. Essa diferença é determinante em uma eleição estadual”, observa Felipe Nunes, diretor da Quaest.

    Outro ponto que favorece Vilela é a associação à gestão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que mantém índices positivos em setores estratégicos. Um cientista político consultado pela reportagem reforça. “Daniel tem uma vantagem dupla: rejeição baixa e vínculo com resultados percebidos como positivos. Marconi terá de enfrentar não apenas adversários, mas seu próprio histórico de rejeição, que não desaparece do dia para a noite.”

    Entre os demais pré-candidatos, a deputada federal Adriana Accorsi (PT) apresenta rejeição de 35%, reflexo da polarização nacional em torno de petistas e bolsonaristas. O senador Wilder Morais (PL) registra 27%, enquanto o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PSD), soma 20%. Os menos conhecidos Iure Castro (Cidadania) e Telêmaco Brandão (Novo) aparecem com 9% cada.

    A pesquisa ouviu 1.200 eleitores em Goiás, entre os dias 6 e 8 de setembro, com margem de erro de 3 pontos percentuais.

    O levantamento evidencia que a corrida pelo governo do Estado será marcada mais por desafios estratégicos e históricos do que por polarização ideológica. Para Marconi Perillo, vencer a eleição exigirá mais do que capital político ou experiência: será preciso reconquistar a confiança de um eleitorado que, atualmente, demonstra resistência histórica. Para Daniel Vilela, o caminho parece mais tranquilo: base sólida, rejeição baixa e espaço para crescimento consolidam o vice-governador como o nome mais competitivo na disputa de 2026.

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