Neste sábado (28), a Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como Igrejinha da 307/308 Sul, celebra 67 anos desde sua inauguração, consolidando-se como um dos principais patrimônios arquitetônicos e culturais da capital federal. A programação especial do dia prevê missas às 7h, 11h, 15h — com o tradicional Terço da Misericórdia — e às 18h30. Além dos cultos, o entorno do templo será animado por barracas com comidas típicas de festa junina e apresentações musicais.
Construída em tempo recorde de apenas 100 dias, a Igrejinha foi a primeira igreja católica em alvenaria de Brasília, fruto de uma promessa feita por Sarah Kubitschek, então primeira-dama, após a melhora na saúde da filha Márcia, que enfrentava problemas na coluna. Em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a importância do templo ao tombá-lo como patrimônio histórico.
O projeto é assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com o apoio estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo. A construção destaca-se pela arquitetura modernista singular: três pilares sustentam uma laje triangular inclinada, que lembra o chapéu usado pelas freiras vicentinas. Entre seus elementos artísticos, a Igrejinha abriga azulejos figurativos de Athos Bulcão, únicos em seu gênero, além de pinturas importantes, como os afrescos originais de Alfredo Volpi e os trabalhos contemporâneos do artista Francisco Galeno.
Antes do templo ser erguido, a comunidade local era atendida pelo Frei Demétrio de Encantado, conhecido como “o candango de Fátima”, que celebrava missas em um barraco simples de madeira. A Igrejinha foi a primeira sede da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, que atualmente possui sua matriz na 906 Sul.
Para o secretário de Turismo do Distrito Federal, Cristiano Araújo, a Igrejinha vai além de ser apenas um local de culto. “Esse templo é um símbolo vivo da história de Brasília, onde fé, cultura e arquitetura se encontram de forma única. Foi erguido antes da inauguração da cidade, carregando consigo um sentimento profundo de gratidão e uma beleza que encanta a todos. Por isso, não atrai apenas os fiéis, mas também arquitetos e estudantes que desejam conhecer de perto o talento de Niemeyer e a essência do modernismo brasileiro.”
Em novembro do ano passado, a Secretaria de Turismo do Distrito Federal recebeu um grupo de 65 arquitetos do American Institute of Architects (AIA), que estiveram em Brasília para lançar a Brasília Design Week (BDW). O evento buscou aproximar as práticas da arquitetura americana e brasileira, promovendo exposições, palestras e debates em diversos pontos da cidade — entre eles, a Igrejinha, que se destacou como um dos locais mais importantes para os visitantes.
“Receber profissionais internacionais interessados em nossos patrimônios reforça a importância de investir no turismo cultural e religioso. A Igrejinha desperta fascínio e curiosidade, mostrando-se uma referência inigualável da arquitetura moderna brasileira.”, finaliza Cristiano Araújo.
